Monday, January 14, 2008

Penumbra

Aqui, penumbra!

Quedamo-nos incandescentes
e opacos
na disbulia citadina.

Adolescestes senis,
Observamos impotentes
as palavras que nos obrigam a dizer.

Cavernas...
Poços inteiros de silêncio dissimulado.
Paredes meias com o nada.
Teias onde aracnídeos nossos egos acasulam.

Quedamo-nos sim, joelhos juntos e incertos,
trémulos pelas ruas...
aos milhões,
percorremos sonâmbulos pelo céu recortado a urbe.

Em alvoroço,
passamos incessantes pelos dias.

Deixamo-nos,
calibrar
para não ver as nossas vidas.

Deixamo-nos,
Remexer corpo adentro por mãos sábias
e serenamente inúteis
baixamos as cabeças em uníssono.

Gavetas,
tão fechadas.

Milhões.
Sacudimo-nos inteiros
sob nuvens baixas,
ruminantes,
não querendo saber porque viemos.

Distâncias.
Carentes de tudo o que o que não nos falta.
Vazios.

Tivessemos nós a coragem...

Mas mergulhamos rostos na penumbra...



O Nostálgico

1 comment:

Sentir said...

por vezes é isso..termos coragem..
C